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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Fotografia

Lembranças de momentos que fizeram parte daquilo que posso chamar de "infância". Período em que sorrir era o único 'trabalho'. Corríamos por todos os lados, brincávamos de todas as coisas, transformávamos em tudo. Desde mulher maravilha até o pequeno polegar. Éramos papais, mamães, bonecos, árvores, pedras... Chorávamos por um solado ou então por quebrar um dente. Nadávamos no riacho, pulávamos no barro, tomávamos banhos de chuva. Tristezas, angústias, infelicidade... Ei, o que é isso? Não sabíamos... O tempo passou, os momentos se foram e as lembranças ficaram. Hoje uma foto preto e branca de uma velha casa que um dia foi o encanto de todas as manhãs, trazem recordações do que jamais quero esquecer: a fantástica simplicidade da minha infância.

Por Universo das Palavras

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Mistérios

É mais fácil...
O Oceano caber dentro de um buraquinho
Do que o homem descobrir os mistérios de Deus.


Por Universo das Palavras

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Por Universo das Palavras

Mágica

Certa noite...
Acordei sorrindo
Abri a janela e olhei para o céu
E de longe vi Noel fugindo.

Por Universo das Palavras

domingo, 16 de dezembro de 2012

Aviso

O vento eufórico
Abriu minha janela
Ele veio com voracidade
Trazendo consigo o sino da capela.

Por Universo das Palavras


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Pistas

Não ter ideia. Tem coisa pior?
Já pensei no céu. Nas estrelas. Pensei no vento, na chuva. Pensei no sol, na beleza do arco-íris. Já pensei na sombra. Já pensei na vida. Pensei nas flores, nos cantos. Pensei nos pássaros, na natureza. Já ouvi música, assisti filmes. Já li poemas, ouvi histórias. Já senti dor, dei risada. Já senti medo e ouvi mentiras. Já observei a areia e senti o movimento do mar. Mas nada, nada, traz-me a ideia certa para fazer com que siga os meus rastros.

Por Universo das Palavras

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

As Pedras

Num bosque viviam duas pedras. A Rocheli e a Pedrina. Dois pequenos seres calados, nunca saíam do lugar, nem mesmo se entreolhavam, todos os moradores do bosque as chamavam de arrogantes. Ambas viviam lá, paradas, estagnadas, fingindo que o tempo não passava e para elas realmente não passava. Todos que pelo bosque caminhavam, tropeçava em uma delas. Mas continuavam sempre lá. Os tropeços geravam xingamentos, raivas, machucados e raiva. Mas mesmo assim nunca tiravam-nas do lugar. Todas as manhãs um senhor de cabelos brancos sentava em um banco defronte às duas pedras e as observava, via o quanto as pessoas não se importavam com elas, as tratavam como "pedras". Ele sempre dizia a mesma coisa para quem por lá caminhava:
_Filho, tire essa pedra! Mas ninguém nunca o fez. Até que certo dia, um menino de pouco mais de onze anos, passava com uma caixa de engraxate pelo bosque e, como de costume, também tropeçou nas pedras. Olhou a elas e disse:
_ Poxa vou tirá-las daqui, se eu tropecei qualquer um pode fazer a mesma coisa e se machucar. Ao levantar as pedras com grande surpresa o menino encontrou dois buracos encobertos por pedrinhas de ouro. O garoto não sabia o que fazer, olhava para um lado e outro tentando descobrir de quem era aquilo o que fazia e porque estava lá e ninguém tinha encontrado ainda. Ao olhar para trás o senhor grisalho de livro nas mãos sentado no banquinho velho o observava de com um sorriso suave no rosto. O garoto então perguntou-o:
_ Meu senhor isso é seu?
Com toda a serenidade do mundo e sabedoria o senhor disse:
_ Parabéns meu filho, sua hora chegou, leve as para casa. São todas suas. Sem nem pensar o garoto colocou as pedras dentro da caixinha de engraxate, perguntou ao senhor se ele queria algumas, e correu para sua casa mostrar à família o que tinha encontrado e que agora não precisariam mais viver na miséria. 
Naquele mesmo dia Rocheli e Pedrina desapareceram e o senhor não foi mais visto por aquelas bandas.
"Na maioria das vezes pedras são colocadas em nosso caminho para nos mostrar algo, não existe nada mais simples que levantá-las e tirá-las de lá. Sempre que uma pedra existir no seu caminho tire-a, não fique reclamando, nem se lamentando ou julgando alguém por estar acontecendo algo. Não são reclamações, nem lamentações que mudarão sua vida e sim o seu ato... Então tire as pedras do seu caminho!"
Certa vez num grande centro urbano existiam duas pedras, Rochele e Pedrina. As duas atrapalhavam a caminhada das pessoas do local. Num banquinho de frente a elas, todos os dias, estava um senhor grisalho e com um livro em mãos, observando tudo que...

Por Universo das Palavras

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

A Idéia

No coração da bela moça sempre houve a beleza e a esperança de dias melhores. Desde pequena buscava em seus atos agradar a todos e ser sempre compreensiva. O tempo foi passando pessoas ela conheceu, momentos ela viveu, sentimentos ela experimentou e decepções a entristeceu. Sua vontade não era mais de estar ali naquele lugar, onde nasceu, cresceu e naquele momento vivia. Conquistou o respeito de muitas pessoas, amizades de uma vida. Fez sua vida. Apaixonou-se e foi "espancada" pelo amor. Chorou noites e noites. Aquela esperança que um dia a fazia feliz agora já não existia mais. Seus olhos eram nublados, nublados por sentimentos impuros de um coração maltratado pelo tempo. Com o passar dos anos ela percebia que não existia cumplicidade, nem mesmo reciprocidade, a vida era negra e aquela pureza que sempre teve foi em vão. Os dias se passavam e não saía da mente da bela moça que a única solução era... O coração revidava, mas a mente continuava persistindo naquela mesma ideia "insana". No peito apertado e magoado por aqueles por quem ela sempre se dedicou, havia uma voz que gritava, pedia por socorro. Não havia nada a ser feito a não ser aquilo que por hora "atormentava" sua mente. Certa noite duas crianças brincavam pelo jardim da cidade e observaram algo que lhes chamou atenção. Uma moça de olhos claros, capuz preto e um esquisito vestido branco, conversando com os peixes na beira de um lago. Enxergavam somente seu rosto e mãos. Era a mesma bela moça que cansada da tristeza que o mundo lhe reservou entregou pra quem realmente merecia a vida que lhe concedera. Deus.

Por Universo das Palavras


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Feliz

A segurança de um sorriso
Está na lembrança
Do paraíso
...
Por Universo das Palavras

sábado, 10 de novembro de 2012

Relapsos

O vento lá fora
Traz-me a lembrança
De um sonho que foi embora
Por Universo das Palavras

domingo, 21 de outubro de 2012

No silêncio do escuro

Um sonho dividido entre dois mundos
A verdade ou a mentira?
Aceitar ou encerrar tudo de vez?
Esperar cada passo, guardar cada sentimento
Imaginar um beijo, “sentir em pensamento”. 
Um labirinto separando duas almas “imortais” 
Dividas em mundos surreais. 
Ela de Marte, ele de Vênus 
Uma porta aberta e um espaço pequeno. 
Pelo labirinto ela corre 
Procurando a saída mais rápida. 
Contra o vento ela luta e de longe um grito escuta. 
Dois mundos, duas almas 
Perdidas no tempo e no destino 
Querer e não poder. 
O desespero aparece, as lágrimas começam a rolar 
Ao longe ela o vê de braços abertos, óculos escuro e sorriso largo no rosto branquinho e corado pelo vento gelado. 
Corações palpitando, pulso forte, rosto suado e respiração ofegante. 
Um abraço apertado. Dois mundos entrelaçados. 
Ele parado sentindo o corpo quente de sua amada e ela o olhando, admirando sua beleza. 
Amor impossível e utópico mesclado com realidade. 
Em suas costas um labirinto vazio e ultrapassado. 
Os dois, de mãos dadas, seguem o caminho no lindo jardim verde que ele não vê e ao som dos pássaros que ela não ouve. 
A cegueira e surdez de braços dados em busca do amor, agora possível e aclamado.



Por Universo das Palavras

sábado, 29 de setembro de 2012

Sussurros

O doce som das tuas palavras
Sussurrando em meus ouvidos 
Deixa minha boca calada 
E atormenta os meus sentidos


Por Universo das Palavras

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Presente

A porta abre e ele entra. 
_Olá querida, boa noite! Como estou cansado. Hoje no escritório estava uma correria. Cobranças e mais cobranças. O Fábio faltou hoje, tive que trabalhar por dois. Não via a hora de chegar em casa pra comemorarmos com um bom vinho! Aconteceu alguma coisa, amor? Você está tão quieta – mulher com cara fechada, sentada à beira do sofá com malas a sua volta -. 
_ O que são essas malas? Você vai viajar? Tem alguém aqui em casa? Sua mãe vem passar alguns dias conosco? Fala alguma coisa, por favor! 
_ Quem é ela? Por que você fez isso Ricardo? De onde ela é, aonde você a conheceu, foi naquela festinha na casa do Luiz? Por que não me contou? (Ela o estapeia, chorando, gritando eufórica). _ Jamais imaginei que você faria isso comigo! Essas malas são suas, quero que você desapareça dessa casa, nunca mais coloque os seus pés aqui dentro, seu idiota, covarde, cínico... Eu já deveria imaginar, chega todo dia com abraços e todo bonzinho. Comemorar o que? O aniversário da outra? Some daqui Ricardo, vai embora, vai morar com ela! (Chorando desesperada) 
_ Não existe ninguém Mônica, não há ninguém. Eu te amo e sempre amei, você sabe disso. Eu nunca fiz nada, não sei do que você está falando! 
_ Não se faça de bobo, Ricardo. Porque se tem uma coisa que você não é, é bobo. Então pegue as suas coisas e desapareça daqui. 
_ Mas meu amor, eu não fiz nada. Acabei de chegar em casa, estou cansado e ainda te convidei pra comemorarmos. 
_ Comemorar o que Ricardo? Ah! Aqui está o presente que encontrei no meio das suas coisas, pra você entregar a ela e o vinho que separou pra beberem juntos. – ela joga o presente – leve e desapareça daqui! 
Ele pega as malas, coloca o blazer nas costas, dá um beijo na cabeça da esposa lhe entrega o presente e o vinho e diz: 
_ Parabéns pelo nosso 7º aniversário de casamento, espero que o presente seja do seu gosto. 
E sai pela porta da frente de cabeça baixa, chorando. 
Ela fica, com o presente em mãos, boquiaberta e com a maquiagem toda borrada.

Por Universo das Palavras

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Abismo

Seria isso necessário?
Ou é tudo ao contrário?
Seria a dor um simples fato?
Ou o amor é mesmo ingrato?
Seria ainda tão frio?
Ou são ilusões que na mente crio?

'Futilidades' ligadas ao sangue que correm pelo corpo mole e enrijecem secando o líquido vermelho e quente, parando todos os vasos, sugando sua energia e calando sua voz. Talvez seja essa a função do coração, fazer-nos sofrer sozinhos, sem a chance de gritar ou até mesmo viver de novo.
Por Universo das Palavras

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Entrando em pane

Banalidade revestida de livros, sonhos e poesia. Seria uma vida sem nexo, trivial? Ou seria ela recheada de conhecimento, sentimentos, conceitos, cordialidade e irrealidade? Difícil é a tarefa de descobrir o real sentido da vida. Estar em meio a tudo, mesclada com pessoas em todos os cantos. Falar coisas sem sentidos, ouvir histórias mirabolantes... Momentos intensos, porém passageiros. Fazer dos sorrisos, gargalhadas e das tristezas, solidão. 
Às vezes o único sentido é não ter sentido nenhum. Às vezes o nada é o único refúgio. Os olhos demonstram seu brilho e ao mesmo tempo ofuscação. Uma vida de balelas, mentiras e ao mesmo tempo realidade. Tudo é superficial, onde o que conta é aquilo que não sabemos nem mesmo o significado. Seríamos a verdade ou a mentira? Estamos descansando ou deixamos de existir? O que é normal ou anormal? Tudo na simplicidade ou algo que lhe camufle? De que adianta uma casca tão carrancuda ou então falsa se o que vale é o ‘miolo’? A mente não desliga, somente trabalha, trabalha... Até a hora que nos encontramos assim... em pane.

Por Universo das Palavras

Seca

O vento assobia
Anunciando a chuva que vem de longe.
Enquanto as nuvens frias
Surgem, assustando o sol que se esconde.

Estrondos fortes e majestosos
Reinam sobre a terra fervente
O céu chora silencioso
Derrubando fortes lágrimas quentes.

A ‘pele’ da terra clama
Por água para o verde crescer
Mas a seca injusta e cigana
Teima em outra parte ‘nascer’.

Por Universo das Palavras

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Fotografia


Vejo lágrimas caindo por dentre linhas profundas que marcam o rosto sofrido, daquela que um dia sorriu de verdade. Cada passo dado é uma lágrima deslizando pelas trilhas que o tempo deixou. Na mente a lembrança de uma infância pobre, mas feliz. Pais amorosos, irmãos carinhosos.
Os galhos que hoje queimam, um dia, foram uma casa, um refúgio, onde com seus livros ela viajou para Londres, Paris, Grécia, Egito... e até mesmo ali do lado. A corda que arrebenta fio a fio e evapora com a fumaça, suportou crianças de todos os jeitos e tamanhos, proporcionou voos altos mesclados com fortes gargalhadas e momentos intensos e eufóricos. O banco que ficava no jardim embaixo da mesa de madeira, que hoje estala despedindo-se, leva consigo promessas e segredos compartidos entre amizades sinceras e que se apaga em cinzas e some com o vento. Cada móvel, cômodo... vai embora deixando somente a saudade do passado.
E aqui, fica guardada na memória a “Era” em que nada preocupava, tudo era considerado normal e as marcas que o tempo deixou para lembrar tudo aquilo que a “Era” também causou. Sua casa desmanchara por conta do fogo que roubou toda a alegria de alguém que carrega, somente, um estômago vazio e uma fotografia de família.

Por Universo das Palavras

sábado, 25 de agosto de 2012

Imaginação

Às vezes,
Meus pés sem do chão
Então voo pela imensidão azul

Por Unierso das Palavras

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Viver

Importar-se com o que os outros pensam. Difícil quem não se importa! E daí se você está de saia curta ou então gosta de roupas pretas? Como dizem, ninguém paga suas contas! Mas quando ouvimos alguém pronunciar o nosso nome criticando a maneira como agimos, nos vestimos, nos comportamos... o sangue ferve. Algumas pessoas se 'contraem' acabam se sentindo excluídos, menosprezados, alguns ficam tão presos ao que o outro pensa que caem em profunda tristeza até adoecer. Uma infeliz realidade social.
Cansei de ouvir pessoas dizendo que não 'ligam' para o que os outros pensam ou deixam de pensar. Talvez não mesmo, esses sim são, realmente, felizes. Viver assim seria bom. Fazer somente o que gostamos e o que queremos sem pensar nas consequências, muito menos no que irão falar ou não de você. Mas aí caio em contradição. E a reputação, onde ela fica nesse contexto? E o nome para onde ele iria? Já dizia meu vô, que a única coisa que jamais podemos sujar é o nosso nome, pois é algo que nunca mais ficará limpo. Na sociedade não existem 'máquinas de lavar nomes', portanto temos que cuidar do nosso. Tentar viver de uma forma 'adaptável' com a sociedade, em contrapartida acabamos caindo no "padrão" que nos é, ocultamente, imposto e infelizmente aceito por, digamos que quase, todos.
Então ainda fico pensando em como ser, me importando com o que pensam ou sendo quem sou e chego ao consenso de que a felicidade está naquele que sabe aproveitar da vida "como se não houvesse amanhã". (música de Renato Russo)
Agora, caros, leitores reflitam um pouco e prestem atenção no que estão fazendo de suas vidas.

Por Universo das Palavras


domingo, 19 de agosto de 2012

Loucuras

Madrugada. Ar gélido. Mente longe. Viajando por lugares insonháveis e abrasadores. Lugares que esquentam nossa pele e imaginação. Que nos fazem pisar nas nuvens e voltar em minutos. Que nos leva e traz, deixando-nos no mesmo lugar de onde 'tirou'. Lugar onde os olhos se fecham devagar enfraquecendo o seu corpo, sugando sua força e afagando seu ego. Lugar onde as horas voam, os medos, tristezas e mágoas somem e são esquecidas por horas, são tirados com carinho. Lugar onde as palavras fazem sentido e então se entende porque existe um coração. Lugar que só existe nas madrugadas geladas em que o sonho vai embora deixando a 'loucura' e a 'pretensão' trabalharem em seu lugar.

Por Universo das Palavras

'Ilúcida'

Hoje,
No "meu silêncio"
Até uma mosca
Vira orquestra

Por Universo das Palavras

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Vento

No mundo do medo 
Só o vento me apavora 
Ele traz o desapego 
E lembranças de outrora
Por Universo das Palavras

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A arte de ser Pedagogo

Você sabe o que é ser pedagogo? Quando vamos a uma escola ou ouvimos falar desse profissional nos perguntamos sobre a função dele no mercado de trabalho, para que ele estuda, o que ele faz, ele trabalha somente em escolas? São questões simples, porém significativas para quem estuda ou atua nessa área. Ouvi muitas vezes pessoas comentando que professor e pedagogo têm a mesma função, ambos dão aulas e trabalham em escolas. Dúvidas frequentes e para algumas pessoas desinteressantes, porém não sabem da importância e do potencial que tem esse profissional. 
Segundo o dicionário Aurélio, pedagogo é o profissional ou especialista em pedagogia; o que estuda e aplica a arte de educar (isso me fascina: A ARTE DE EDUCAR). A palavra pedagogo tem origem grega, que significa paidós (criança) e agogé (condução), ou seja, conduzir a criança ao conhecimento, ao aprendizado. Esse profissional atua em processos pedagógicos e também educativos, ou seja, relacionados com o ensino. Ele pode atuar inclusive em empresas e hospitais, desenvolvendo projetos educativos. Trata-se de um indivíduo preparado para desenvolver um trabalho de educação com qualidade de acordo com todo o conhecimento que o mesmo adquiriu em sua faculdade e em cursos. O trabalho do pedagogo está intimamente relacionado com o professor, operacionalizando projetos, métodos e sistemas pedagógicos das instituições escolares, visando o desenvolvimento do processo de aprendizagem assim como identificando as dificuldades dos indivíduos, desenvolvendo práticas e didáticas pedagógicas, sempre mantendo um nível elevado de conteúdo educacional. Dentro de uma instituição de ensino é o pedagogo que instrui os educadores, que auxilia o corpo docente, é ele o responsável pela parte documental, organizando reuniões, congressos, buscando inovações. 
Ser pedagogo é trabalhar porque ama o que faz e não para ganhar dinheiro, é buscar formas de ajudar, compreender, mediando conhecimento. É lutar por uma educação mais justa e fazer jus a isso. Enfim, pedagogia é isso, é o compromisso com a educação, o amor pela profissão a busca pelo conhecimento e a transmissão dele a favor da educação de qualidade.
Por Universo das Palavras

Determinação

Determinação. Palavra bonita e de significado forte, contudo esquecida pelo tempo. Quantas vezes não desanimamos, perdemos a vontade de fazer tudo. Jogamos fora aquilo que chamamos de “conquistas”? Algumas vezes acabamos fazendo coisas inadequadas, chutamos o balde, tudo por falta da Determinação. Ser determinado a realizar algo, ter vigor no que faz, ser fiel e forte. Quem nunca ouviu a famosa expressão: “tentar sempre e desistir nunca”? Teoria para os fracos. É fácil falar quando não se sente. É fácil resolver o problema é do outro. É fácil ser determinado quando se tem tudo. Minto? Tenho convicção de que não, eu não minto! Porém, quantas vezes não nos levantamos do fundo do poço e nos perguntamos: Nossa, como consegui isso sozinho? É aí em que vemos o verdadeiro sinônimo de determinação. Desistir jamais, cair de vez em quando, mas sempre levantar e lá na frente entender o que realmente faz a diferença, a vitória. 
Quem nunca fez aquelas listas no começo de ano, listas de ano novo? Ano novo, vida nova. Não é assim? Pois é e quando foi até o fim? Conseguiu alcançar todos os objetivos traçados com aquela empolgação de início de ano, ou deixou de lado a lista e nem sabe onde colocou? Não sou pessimista, mas tenho certeza que 90% das pessoas responderam a segunda opção: não sabem nem onde foi colocado. Isso seria determinação? Não, com toda certeza não! É claro que outros objetivos aparecem conforme o tempo passa, mas mesmo assim e aqueles que você prescreveu para a sua vida, para o seu dia, para o seu ano? Deixou de lado, esqueceu, não vale mais a pena? É ínfimo o número de pessoas que conseguem começar e terminar aquilo que predeterminaram. Lembra daqueles quilinhos que você jurou perder? Pois é, ele gostou do lanche que você comeu no fim de semana com os amigos. E a determinação, para onde foi? E aquele carro lindo lá na concessionária, que você está namorando tem um tempo e prometeu para si mesmo guardar dinheiro para tirá-lo daquela loja e levar para sua garagem? Gastou em roupas, sapatos, assessórios né? Determinação, cadê? São com esses e vários outros exemplos que percebemos o quão fraco o homem é, basta um piscar de olhos e ele perde toda aquela energia, vontade e perseverança para conseguir algo. Desde pequena sempre ouvi que “quem espera sempre alcança”, mas então colocamos a carroça na frente dos bois e vai tudo “pras cucuias” não é sempre assim? O que me diz de sermos mais determinados, buscar alcançar nossos objetivos com mais eficácia, mais perseverança, mais anseio? 
Pensemos melhor em nossos planos, busquemos mais entusiasmo, ânimo para alcançar nossos objetivos e realizar nossos desejos. Sejamos mais persistentes, tenazes, não deixemos que uma palavra nos deprima, nem que uma imagem ou momento destrua aquilo que objetivamos para o nosso futuro, embora a dificuldade exista é na persistência que a conquista chega. Então, caros leitores, tirem do bolso, da carteira, do armário aquela lista de ano novo e coloque em prática o que você se propôs a fazer e obtenha o êxito merecido.
Por Universo das Palavras

Drogas, liberá-las ou não?

Nos últimos anos temos visto um aumento significativo no número de usuários e traficantes de drogas em todo o país. Houveram até mesmo protestos feitos para a liberação da erva, onde muitos simpatizantes lutaram para conseguir atingir esse objetivo. A liberação da droga seria mais uma forma para aumentar o número de usuários e violência? Indagações que nos fazem refletir e muito.
A droga causa dependência, isso é fato, porém sabemos que só usa quem quer e mesmo tendo consciência de que isso lhe fará mal, fazem uso por livre e espontânea vontade. Algo que se torna intrigante, pois sabem que ela matará aos poucos, mas mesmo assim continuam persistindo no “erro”. Enquanto conversava com uma amiga sobre o assunto ouvi algo que me fez pensar melhor sobre liberar ou não a droga. Se isso traria malefícios ou benefícios. De acordo com ela todo e qualquer tipo de droga deveria ser liberado para quem quisesse consumir, qualquer um teria acesso, poderia até mesmo plantar em casa. Quando ouvi, revidei e então perguntei o porquê desse modo de pensar, ela me respondeu da seguinte forma: “_Se essa liberação acontece, a violência, simplesmente, acaba, pois todos poderão ter livre acesso com ela, então não seria mais novidade. Algo, por ser proibido fica mais interessante, as pessoas têm curiosidade, como sempre ouvimos “tudo que é proibido é mais gostoso” e quem sabe por não haver mais esse “impedimento” não diminuiria o número de usuários?”. Interessante essa observação feita por ela, não? Mesmo não concordando com a liberação nem o uso de drogas pensei melhor e a apostei nessa maneira de pensar, realmente, se fosse tudo liberado talvez não existisse tanta violência para se chegar a ela e até mesmo não seria tão “bom” usá-la, por não ser mais proibido, assim como também tudo poderia piorar e essa liberação tornasse o país um caos, onde crianças, adolescentes... e todos passariam a comprar e fazer uso da droga, assim também, como a violência poderia aumentar, pois com a liberação da mesma, os usuários precisariam de dinheiro para comprá-la e por ser algo de custo muito alto roubos seriam mais frequentes, mais mortes poderiam acontecer, mais famílias seriam destruídas e uma desordem gigantesca seria instaurada. 
Existem muitas controvérsias no que tange a esse tópico. Muitos conflitos de opiniões que não se chegará a consenso algum, são muitas dúvidas e pensamentos contraditórios, que mudam em segundos, mas enfim, agora lhes pergunto, caros leitores, vocês são a favor ou contra a liberação de drogas?
Por Universo das Palavras

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Oculto

Dúvidas... Incertezas... Medos... Tristezas... 
Uma vida de mesmice, transbordando indecisão. 
Procurar o certo, com medo do erro, sintetizado no silêncio de bocas caladas. 
Olhos que brilham mergulhados em dor. 
Marcas que percorrem a face. 
Sonhos e esperanças pisoteadas por sapatos vazios, cansados de sofrimento. 
Todas as noites as lembranças de tempos melhores, vindouros e sinceros. 
Noites frias e fieis. Fidelidade à sombra, a dor e a compaixão. Simples atos revoltos e pacatos. 
Uma casa vazia na presença de um corpo sem espírito, somente os corvos no ninho criado no sótão esquecido pelo tempo.
Por Universo das Palavras

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Para Refletir...

Primeiro passo 
_ Confiante 
Agora o segundo 
_ Ainda feliz 
E que venha o terceiro 
_ Opa... um tropeção. Cuidado! 
Quarto passo? 
_ Esse foi com um pulinho, tinha uma pedra no debaixo. 
Quinto passo 
_ “Tô” cansada... Calma está chegando! 
Sexto passo 
_ Não quero mais. Ei, perseverança, vamos, falta pouco! 
Sétimo passo. 
(Rastejando) _Não vou conseguir! Venha, você consegue! 
Oitavo passo 
_ Seja firme. Vamos! 
Nono passo 
(Chorando) _Não, quero voltar, não vou continuar! 
Décimo passo... 
_ Uau, aqui é incrível. Que lugar sensacional!
... Pronto agora solte suas asas, voe e aprenda a superar. Só chegam ao topo os que persistem e só conseguem os que tem humildade de aceitar uma ajuda.

Por Universo das Palavras

sábado, 7 de julho de 2012

Metamorfose

Houve um lugar onde não existia cor, um bosque com árvores secas, coberto pela escuridão. Nesse lugar nem o sol chegava. Os raios fugiam. Um lugar onde a tristeza reinava, a solidão era companhia. Podia-se dizer que vida não existia, pois os seres da floresta fugiam. Não saíam de suas casas, nem tocas. O medo rondava cada galho seco das árvores ou caídos no chão. O vento que soprava era forte, mas passava rápido pelo receio de não “sobreviver”, o ar que lá existia era sujo e comprimido, sufocante. Mas no meio de toda aquela assombrosa visão nasceu uma margarida branca. Nesse dia os elfos saíram de suas casas, curiosos para ver algo tão lindo em um lugar tão arrepiador. Abaixo da flor o capim era verdinho, como se tivesse vindo do paraíso. De repente a flor acorda. Então, as árvores brabas começaram a pressionar a tão delicada plantinha, pedindo para que ela falasse o que estava fazendo no bosque delas. Gesticulavam balançando os galhos secos, batendo umas nas outras quebrando alguns brotos que estavam a nascer. A florzinha mesmo apavorada não respondia o porquê de estar lá, seus olhos brilhavam, mas não conseguia pronunciar uma palavra. Então, abelhas pretas, a mando das sombrias árvores vinham em sua direção rondando e ameaçando sugar todo o seu pólen, mesmo assim a branca flor não mencionava uma palavra. Cada vez mais as os troncos, árvores, lama... chegavam perto sufocando a flor. Foi então, que o pequeno escol chorou. Suas lágrimas caíram lentamente, tocando a terra seca e por estranho que pareça, a terra fertilizou. Sentiu-se vigorada. A flor então assustada, olhou para baixo e percebeu que mais espécies como ela começavam a nascer, percebeu também que o verde começava a se espalhar pelo chão tristonho e irritado. Olhou para suas pétalas e viu algumas lágrimas ainda escorrendo e mesmo sem pronunciar uma palavra soprou as gotas nos troncos das árvores, que foram renovando, ficando verdes, com novos brotos. A nova flor que nascia percebendo a transformação tocou a lama que se tornou um límpido lago e assim foram até conseguirem deixar a floresta incolor, colorida, cheia de vida. Espantou a tristeza e raiva, renascendo a felicidade e a bondade. Os seres da floresta, começaram a sair, encantados com tanta beleza. Lá no céu o sol nasceu quentinho, aquecendo as gotas do orvalho que surgiram. Porém mesmo com toda essa mudança da tão delicada e pequena flor ela não disse nenhuma palavra, somente sorria. Foi então que os capins debaixo dela olharam para ela se comunicando através de sinais. A flor não falava. 

Por meio dessa simples história, quero dizer, que não importa como seja alguém, não importa se ela é diferente ou não, saiba conviver com as diferenças, aprenda a lidar com o ser humano de uma forma carinhosa, simpática, acolha bem o novo, sugue dele aquilo que trás de bom. Seja simpático, seja acolhedor. São pessoas boas que nos transformam. Não precisa ela falar uma só palavra, deixe que sua bondade e vontade de ajudar floresçam. Pessoas assim, são mandadas por Deus e por mais triste e inesperada que seja sua estadia, vem sempre para deixar colorido aquilo que transformamos em preto e branco. Portanto repito: saiba ser acolhedor. Seja como o Pai ensinou: ame seu próximo como a si mesmo.

Por Universo das Palavras

terça-feira, 3 de julho de 2012

Qual é o preço da liberdade?

Segundo o dicionário liberdade significa: faculdade de fazer ou não qualquer coisa, de escolher; independência, ou seja, poder fazer aquilo que tem vontade sem precisar dar satisfação para ninguém, quando eu menciono qualquer coisa, realmente é qualquer coisa, se enquadrando até mesmo a insanidade.
Quando moramos na casa dos pais, estamos sempre pedindo mais liberdade, os jovens querem sair, os casais querem mais espaço e por aí vai. Na década de 60 os estudantes, comunistas e todos em geral pediam liberdade, liberdade de expressão... Hoje podemos dizer que quase tudo é permitido, não há mais o que pedir ou o que procurar para saciar esse fascínio, essa sede incessante de encontrar a “bendita” liberdade – mesmo quando já se têm –. O que podemos observar são pessoas “procurando essa liberdade” por outro ângulo, o não tão bom. A maconha, por exemplo, há alguns meses muitos usuários e simpatizantes da “causa” fizeram manifestações para a legalização dela. O uso dela legalmente é uma forma de liberdade, além de ser também um grande exemplo de que não sabem mais o que reivindicar para conseguir a liberdade que – como foi citado mais acima – já se tem. É triste essa realidade. Por mais que eu não concorde com essa legalidade do uso da planta canabys e de qualquer outro tipo de droga, respeito à opinião do outro, todos têm a “liberdade” de pensar e agir da forma que acham certo.
Outro fator “básico” que sempre vemos por aí são os roubos, não seria ele, também, algo que faz parte da liberdade? Pensem bem: mesmo sendo proibido cada um tem a “liberdade” de fazer o que bem entendem, porque sabem da grande defasagem que já na fiscalização no que tange a esse assunto. Prejudicar alguém, não seria outra forma de utilizar indevidamente da liberdade? E matar alguém, assassinar a sangue frio, isso não seria também o uso abusivo – e absurdo – de liberdade? Pois é! De que adianta tanta liberdade, tanta briga e conflitos por nada, pois como sabemos a liberdade está dentro de cada um, os quais fazem dela aquilo que querem, por isso se chama liberdade – lembram do significado do dicionário citado lá em cima? Independência –. Mas agora, caros leitores, lhes pergunto: _Qual é o preço da tão “sonhada” liberdade?

Por Universo das Palavras

domingo, 24 de junho de 2012

Guerra

Naquela manhã o céu não clareou. Era possível ouvir barulhos de pássaros famintos pela carne que apodrecia lá fora, molhadas pelos pingos de chuva e o sangue derramado. 
Almas inocentes meramente mortas por monstros inescrupulosos e amaldiçoadas pelo ódio. Berros e choros de desespero. Famílias debruçadas em corpos, ainda quentes, de sangue corrente espalhado pelo medo e a dor. Nas ruas tanques, fardas, tiros, tristeza e agonia. Olhos imergidos em lágrimas despediam-se de todos de tudo, rogando por piedade. Nas paredes e muros, homens, mulheres, idosos, crianças e jovens, encostados nus com armas em suas costas. “Bestas” riam, com suas funestas almas, riam da dor, do medo. “Bestas” malditas desgraçadas pelo tempo e enrijecidas pela frieza, ‘destilavam’ vidas, sem medo do pecado, sem sentimento de culpa, sem consciência de dor. Um vilarejo povoado pelo medo e excomungados pela “doença”, “doença” do desrespeito, do desgosto. 
Assim suportaram até os últimos minutos, almas entorpecidas pela amargura e finalizadas por projéteis impiedosos. Olhos fechados à força. Gritos e berros de sofrimento espalhados pelo vento, atingindo a todo o hemisfério, na busca incessante de uma ajuda encontrar.

Por Universo das Palavras
*A Guernica, obra pintada por Pablo Picasso no ano de 1937, onde representa o bombardeio acontecido no mesmo ano na cidade espanhola de Guernica. Saiba mais clicando aqui.

terça-feira, 12 de junho de 2012

O Gato

Nasci com sete vidas
Que amparam o meu medo
Cada uma com um sentido
Protegem-me do perigo
Então fico no sossego

Acordo sempre tarde.
Como e durmo a todo o momento.
A minha cama que é culpada,
Pois é feita de almofada
E até meu miado fica sonolento.

Quando quero carinho
Peço cafuné
Fico todo manhoso
Faço cara de preguiçoso
Chegando de mansinho.

Meus donos me acham lindo
Porque sou todo fofinho
Na verdade são eles que fazem
Porque comida me trazem
Então eu fico gordinho.

Assim eu uso minhas vidas
Que não precisavam nem existir,
Pois eu não faço nada
Nem brinco com a molecada
É verdade, não tem o porquê de mentir.

Por Universo das Palavras


sábado, 9 de junho de 2012

Acabou!

Tudo tão de repente, dias de euforia. Felicidade profunda. Risos, histórias, conversas, carinhos, momentos, instantes, mas como tudo que é bom acaba rapidinho. Acabou. Você cativou meu sorriso, conquistou meu coração, aguçou os meus desejos. Você me fez feliz demais e infelizmente acostumei-me com a felicidade, mas agora sofro por falta dela. Seu cheiro, seus carinhos, sua voz, seu sorriso, nada sai da minha mente. Meu coração fracassado e despedaçado não me deixa te esquecer. Seu corpo bonito de braços fortes e abraços deliciosos. Nossos dedos entrelaçados, olhando para o nada e sonhando com o futuro. Quantas promessas e quantos sonhos. Tudo destruído. Foi embora com a chuva, deixando só o frio e a saudade. Talvez esse fosse o propósito, sonhar, sonhar e sonhar... e não sair desse mundo de desejos inalcançáveis para realiza-los, mas sim fazer-me apaixonar para depois soprar forte e fundo apagando tudo, deixando somente a dor. 
A saudade bate forte, lembro-me do brilho dos teus olhos, da doçura das tuas palavras e perder tudo assim, como se não tivesse sido nada. Cada gota de lágrima que cai é uma lembrança que surge na minha mente em qualquer hora do dia. Tudo me lembra de você. Sinto seu colo quentinho, me afagando em momentos de tristeza, seu carinho me acalmando nas horas de agonia. Lembro-me até mesmo de suas piadas, bobas, mas que me fizeram rir por horas. As músicas que ouvimos juntos e agora doem a cada nota tocada. O céu caiu, meu chão desabou e me machucou, destroçando meus sentimentos e explodindo minha mente em uma fração de segundos. Sinto muito... Não era para ser assim!

Por Universo das Palavras

sábado, 26 de maio de 2012

Mais uma história de amor

Estavam todos sentados, olhos arregalados e ouvindo mais uma história de amor. No fundo da sala pessoas estavam falando, mas ela continuava a contar sua história. 
Naquele domingo eles iam embora e o garoto franzino deixaria para trás aquilo que mais sonhou e o único amor verdadeiro que teve em toda a sua vida. Moravam em uma casa de barro, pequena e simples. 5 filhos. Uma longa estrada pela frente, no estômago somente o vento. 
A alguns metros residiam outra família. 13 filhos. E o que tinham em comum? Dois corações ligados por um único sentimento. 
A hora da partida chegara, e lá longe via-se uma linda menina correndo pelos capins verdinhos, cabelos claros ao vento e coração palpitando. As pernas não mais suportavam, mas a mente não a deixava parar. Na casa de barro eles arrumavam a mala. O garoto com uma camisa azul clara, velha e gasta pelo tempo, os outros de chinelinho nos pés, estavam prontos para seguir viagem. De repente aponta em meio às flores e a poeira da estrada, a garotinha de saia rodada, lágrimas escorriam pelas bochechas avermelhadas e voavam com o vento, respiração fadigada pela pressa escondendo a voz com a palavra adeus. Um encontro. Ele chora. Abraçam-se. Dois corações puros e ingênuos separados pela miséria e transbordando em lágrimas de sofrimento. Na camisa azul as lágrimas mais doces e singelas pingavam e ali ficariam por toda a eternidade; No suor do seu corpo ela carregava o cheiro e a tristeza de seu amado... 
Todos se levantam o sino badala, hora de ir embora. Meninas saem curiosas com os olhos mergulhados em lágrimas e os meninos sonhando com o final daquela linda e real história. Infelizmente a aula acabou e a professora deixa o final para outro dia. Na mente só ficou a lembrança das delicadas palavras proferidas pelos encantados lábios da fascinante contadora de história.
Por Universo das Palavras


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Peso do Tempo

Na vida tudo passa muito depressa, a evolução do homem acontece em “segundos”, se não aproveitamos ela passa diante dos nossos olhos e não percebemos. Da infância a velhice. Tudo muito repentino. Hoje acordo, tenho nove anos, amanhã já estou com noventa. Rápido demais e triste. Não é por menos que dizem: “Tudo que é bom, dura pouco”. 
Hoje mesmo, enquanto rumava ao trabalho, vi algo que me entristeceu, comum entre os homens, mas mesmo assim preferia não ter visto é como se o fim estivesse próximo, os últimos dias. Uma senhora, na varanda de sua casa com um andador em mãos, passo a passo, enchendo seus pulmões com o vento da manhã. Então me recordei de 12 anos atrás, quando era possível observar essa mesma senhora na frente de sua casa, conversando com as pessoas que pela rua passavam. A residência dela fica no centro da cidade, então a comunicação era constante. Andava de um lado a outro na calçada, sorrindo, conversando, às vezes ficava sentada no degrau em frente à porta da casa, e lá ficava, tinha dias em que 8 horas eu passava para ir à escola, voltava 11h45 e lá ainda estava ela, sentada ou andando. Nessa época eu tinha 8 anos. Seis anos depois, agora com 14, lembro-me dela mais cansada, não andava tanto, ficava sempre sentada, conversava com poucos que passavam. Quase ninguém. Era como se ela estivesse ficando transparente ou então às pessoas tinham mais pressa, não tinham muito tempo para ela, contudo todo dia lá estava à senhora, andando de um lado a outro na calçada e sentada no degrau da porta durante horas. Mais seis anos se passaram, hoje com 20 anos, vi essa mesma mulher, só que agora na varanda da casa, com um andador em mãos, olhando para a rua, observando os carros, as pessoas que um dia já lhe deram atenção. Era como se cada passo que a senhora desse doesse em mim, passos curtos e rasteiros, cabelos brancos e ralos, pele marcada pelo tempo, mais fraca que o de costume. Não entendi o porquê senti tanto, só sei que mexeu muito comigo, é como se tivesse voltado ao tempo e revivido todos aqueles momentos, nunca tivemos contatos nenhum, além de “bom dia”. Vi-a envelhecer, mesmo distante, em “outro mundo”. Quando cheguei ao meu trabalho, sentei e pensei “O que se passa na cabeça dela, ver que tantos anos já se passaram, que não tem mais a mesma força, nem o mesmo vigor, lembrar-se das pessoas em que ela conversava todo dia, de cada pedra em que pisou, das árvores que cresceram ao lado da casa, ver as construções que foram derrubadas e reconstruídas, das roupas que já foram usadas, dos carros que já passaram por lá, das crianças, que assim como eu, ela viu crescer? Questões ‘perturbaram’ minha mente durante horas e não consegui esquecer. Talvez esse artigo seja um desabafo, assim, como também, uma maneira de expressar admiração que sinto por aquela senhora. Mesmo tantos anos, ainda busca o ar fresco das manhãs. 
Enfim, é engraçado como uma cena simples como essa nos faz pensar tanto e refletir sobre as coisas, no quanto temos que aproveitar cada minuto, cada segundo se possível. Por que dormir tanto? Sendo que poderíamos estar fazendo algo melhor? Lembrei-me, até mesmo, da instrutora da academia em que frequento, onde hoje chamou minha atenção por chegar tarde, o que ela tem razão. Pensei também nos momentos que perdemos chorando, brigando, sofrendo... Por mais que sejam sentimentos que carregamos conosco e precisamos vive-los é um tanto quanto “desleal” com o tempo, pois tudo um dia acabará, de uma forma ou de outra. Nunca paramos para olhar o céu, uma noite de estrelas, as arvorezinhas que cresceram, as flores que desabrocharam, o sol que está mais forte, a sintonia da lua, as nuvens como estão branquinhas... São poucos momentos como esses que observamos. Estamos o tempo todo correndo atrás de mordomia, conforto, beleza, dinheiro... Futilidades que colocamos como “objetivos” de vida e não pensamos que tudo isso ficará para trás. Temos que zelar mesmo é do nosso espírito e fazer dos momentos simples os melhores. Então deixo aqui uma pergunta a você, que está lendo esse artigo: “Quantas vezes na sua vida, não importa a sua idade, você parou, fechou os olhos e sentiu o vento tocar seu rosto e quais foram às vezes que observou folhas caírem no outono?” Se nunca fez isso, tome cuidado, sua vida está passando e o tempo não volta!

Por Universo das Palavras

domingo, 22 de abril de 2012

Amigo

É assim que aconteceu
Espontâneo, momentâneo e forte
Um amigo para toda a vida
Em busca da eternidade
...
Não há palavras para descrever nossa amizade.
...
Só sei que é assim...
Você daí e eu daqui, nos entendemos e compreendemos...
Meu amigo para todo o sempre!
Universo das Palavras
Ramon

Bailarina

Nas pontas dos pés ela fica
Girando e girando
Os braços delicados ela estica
Fecha os olhos e sai voando

A música tocando
Suave e sem parar
Enquanto ela dança deslizando
Formosa pelo ar

Rosto angelical
Menina das sapatilhas rosadas
Leveza sobrenatural
Agradece as almas ali conquistadas

O público aplaude emocionado
Mais uma apresentação
Da bailarina com os pés cansados
Que toca o coração.

Por Universo das Palavras

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Mais uma história brasileira

Barcos estão chegando, todos pulavam e não sabiam o que dizer ou o que fazer, com suas lanças à beira do rio esperavam os novos visitantes, mal sabiam eles que esses barcos “tomariam” seu território. Chegaram homens cheios de roupas, mulheres muito bem arrumadas, freis e padres. Eram muitos, barcos de todos os lados, de todos os lugares. 
Línguas diferentes, um tanto quanto incomunicável: 
_Quem são, o que querem? Todos assustados olhavam não conseguindo entender o que era aquilo. Pessoas seminuas, somente com um penacho na cabeça e um “tapa sexo” – como dizia o Tarzan - as mulheres nuas, sendo “digeridas” pelos olhos dos novos visitantes. O povo selvagem não entendia o porquê de tantas roupas, e aqueles “penduricalhos” pelos braços, orelhas e pescoços das mulheres da “outra tribo”, ficavam olhando as pedras brilharem e assustados. Mães escondendo filhos, homens protegendo suas mulheres... 
De tanta insistência e presentes, conseguiram fazer desse povo do corpo de fora e de mulheres bonitas seus “escravos”, os homens trabalhavam e as mulheres satisfaziam seus “desejos”; enquanto isso os freis e padres o ensinavam mais sobre outra cultura, língua e sobre seu deus. 
Muito tempo se passou, os homens brancos tomaram o local, que foi cobiçado e invadido por outros “caras pálidas”, onde “roubaram” terras, destruíram famílias e acabaram com a natureza daqueles que, até certo tempo, viviam nas sombras das árvores, comiam os frutos fresquinhos, tomavam água limpinha, banho de rio, brincavam entre as areias da praia e viviam em paz com os animais e tudo que era vivo. 
Os agora crentes no Deus Tupi, acreditavam em outro Deus, aprenderam uma nova língua, outras culturas, comidas diferentes, tiveram filhos de “outras cores”, usavam roupas e começavam a serem chamados de Civilizados, porém suas raízes, crenças, cultura, ritos, valores... ficaram presos nos mesmos lugares onde os homens brancos pisotearam e “cuspiram”. 
Enfim assim iniciou-se a história brasileira, os portugueses chegaram e mudaram tudo, então vieram os espanhóis com suas castanholas, os italianos e a massa deliciosa, os japas e seus pratos diferentes, porém deliciosos... Uma miscigenação de etnias nascidas “a força”, mas que formou esse nosso Brasil, de gente bonita e animada, cada um com suas peculiaridades, sua cultura inconfundível, mulheres lindas, povos calorosos, lugares encantadores, pratos espetaculares, trabalhos maravilhosos... Então agradecemos aos nossos Índios por tudo que fizeram e suportaram para fazer do que hoje conhecemos por ENTRE OUTRAS MIL ÉS TU BRASIL, Ó PÁTRIA AMADA... Então termino esse pequeno artigo com um pedacinho de um poema que mostra o quão incrível é nosso país que os Índios 'construíram':

“... Nosso céu tem mais estrelas, 
Nossas várzeas têm mais flores, 
Nossos bosques têm mais vida, 
Nossa vida mais amores”...
(Gonçalves Dias)

Parabéns os Índios por seu tão merecido dia e que suas histórias e lendas sobrevivam a eternidade.

Por Universo das Palavras
19 de abril dia do Índio

terça-feira, 17 de abril de 2012

Coração

Tum... Tum... Tum...
Ouve?
É assim que ele fica!


Por Universo das Palavras

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Férias...

A partir do momento em que começamos a trabalhar, uma semana após, já imaginamos como seriam nossas férias. O dia em que a tiraríamos e o que faríamos enquanto estivéssemos de férias, planejamos tudo, viagens, passeios, ficar mais em casa, organizar as coisas, limpar o jardim, fazer exercícios, estudar, ler, assistir filmes, ou seja, fazer tudo que durante a semana de trabalho não dá tempo. Estou mentindo? Não! Tenho certeza que não, quem trabalha fora sabe que isso é a mais pura realidade. 
Chega o último dia de trabalho, você está muito animado, chega em casa não quer nem pensar no que vai fazer, esquecer tudo, só ficar descansando. Primeiro dia já acorda às onze horas, ou seja, duas, três horas depois do horário que você está acostumado, então toma seu café, assiste televisão, vai ao mercado, brinca com seu cachorro, cuida dos filhos (quem tem), arruma a casa, assiste um filme e puff o dia acabou. O primeiro dia já foi, o que você diz? “_Ah! Tem muitos ainda pela frente, vou ter vários dias para realizar as outras ‘tarefas’”, dorme tranquilamente, acorda no outro dia no mesmo horário e faz as mesmas coisas, não vê o dia passar, o tempo voa, chega o fim de semana e você afirma: “_Nossa como tempo está passando rápido, a semana acabou e eu nem vi! Mas tem tempo ainda, terei mais dias para fazer o que tinha planejado fazer”. Acaba a primeira semana, inicia a segunda, então resolve fazer aquilo que tinha preparado para suas férias e adivinha, faz tudo na segunda-feira, porque está muito animado, esquecendo dos outros dias de folga. Na terça já volta à rotina da semana passada, acorda tarde, fica em casa, assiste a “Sessão da Tarde” (dorme durante o filme inteiro), vê o que estiver passando na televisão e fica lá sentado entediado, chega a quarta-feira, não aguenta mais ficar em casa, sente saudade do emprego, não quer nem ver mais televisão, está enjoado de dormir, a casa agora está se tornando o pior lugar para ficar, quer sair, fazer algo diferente, ver seus colegas de trabalho, conversar com pessoas diferentes, então resolve dar uma volta e conversar com alguém. Volta tarde para a casa e o dia já acabou, acorda no próximo dia cansado de dormir, sem ter o que fazer, já saiu no dia anterior, então continua sentado o dia inteiro, imaginando o que fazer, lembra dos parentes: “_ Vou passear na casa daquela tia que não vejo há tempos!” Dia acaba, chega sexta-feira, não há o que fazer já foi nos lugares que tinha vontade, então volta para o sofá e continua ‘assistindo’ os filmes da “Sessão da Tarde”. 
As férias acabam, você faz tudo que gostaria de fazer, organiza tudo que tinha de organizar, volta para o trabalho animadíssimo, porque não aguentava mais ficar sentado vendo TV e o melhor com saudade dos seus companheiros de trabalho e chega a conclusão de que férias são sim muito boas, mas é muito melhor continuar no seu trabalho, conversando com pessoas diferentes sobre a atualidade, seu trabalho... Enfim, sobre tudo, então percebemos que a única diferença entre trabalhar e ficar de férias é que de férias você acorda tarde, porque seu trabalho não deixa de ser uma segunda casa e melhor com pessoas diferentes, com opiniões diferentes e que você adora estar junto.

Por Universo das Palavras

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Sua divindade, o amor!

Outono mês dos frutos. Época em que as crianças vivem correndo e se aventurando entre escorregadores, balanços e gangorras na pracinha ali do lado. No campinho de areia os meninos jogam futebol. As meninas brincando de casinha, com seus chás e xícaras sobre a mesinha no centro do parque. Entre chutes e chá nasce um amor, amor de criança, entre dois pequerruchos que não sabiam nem mesmo porque tinham vindo ao mundo.
As tardes de outono deixavam aquela pracinha ainda mais linda. Em um dia de vento forte, com folhas de ipê roxo caindo sobre a terra Ana e Luiz se encontraram, ela a espera de suas companheiras de chá e ele dos seus amigos boleiros. Ambos com, apenas, 9 aninhos. Esperaram por muito tempo e ninguém aparecia, enquanto isso conversavam sobre tudo. Ela sobre suas bonecas, amigas, escola, contando sobre o que gostava e não, ele falando sobre o vídeo game, filmes de terror, sua paixão por velocidade, contrariando a garotinha em quase tudo, entretanto se entenderam muito bem. Resolveram deitar na grama fofinha e esperar mais um pouco, para que seus colegas aparecessem. Olhando para o céu azul e repleto de nuvens branquinhas, contaram-nas, lhes deram formas, falaram sobre seus sonhos, seus pais, suas vontades e assim ficaram a tarde toda. Deitados na grama sem motivo algum, a companhia estava boa, o dia passou, eles não brincaram ninguém chegou, então resolveram ir para casa. Com o vento tocando os esvoaçantes cabelos de Ana, Luiz ficou observando-a caminhar pela rua vazia adornada de canteiro de flores que a deixavam ainda mais linda, então foi embora caminhando com sua bola nas mãos e encantado com a beleza, simpatia, delicadeza e inteligência da menina. Ana caminhava cantarolando aos pulos com sua bolsa de brinquedos lembrando-se da conversa que teve com seu novo amigo, fascinada com aquele cabelo loiro que caia sobre os olhos do garoto que apareceu do nada e fez da tarde vazia a melhor de todas.
No outro dia no mesmo horário lá estavam os dois, porém cada um com sua turminha, ela e suas amigas, ele e os outros garotos, um não tirava o olho do outro. Luiz marcava um gol e corria olhando para sua mais nova amiga que o encantava, ela tomando seu chá olhava para os garotos jogando futebol. Luiz então, ao final do jogo resolveu falar com ela, cumprimenta-la. Perguntou se a pequena garotinha gostaria de tomar sorvete com ele após o jogo e com o sorriso largo no rosto, Ana respondeu que sim, sentindo-se a garota mais feliz do universo. Mais tarde na sorveteria do fim da rua podia avistar os dois, rindo juntos e lambuzados da delícia gelada. Ela com sorvete de morango e ele de creme. Terminaram e voltaram pra casa juntos, cada um para a sua.
Foi então que Luiz completou 10 anos e chamou sua nova amiga para a festa, apresentando-a para toda a família. Para ele não importava se outros tinham ido à sua festa, o que importava que Ana estava lá. Ele não sabia dizer o que sentia, nem mesmo porque sentia. Só sabia que ficava muito feliz ao lado daquela garota que faziam seus olhos brilhar e coração acelerar; menina que o fazia sonhar acordado todas as noites deitado. 
Ana, assim como Luiz também fez aniversário e claro chamou seu amigo para a festa. A partir desse dia em diante o menino ia a casa dela todos os dias, nos fins de semana as duas famílias se reuniam para fazer algum programa, dentro ou fora de casa. Porém é possível perceber no rosto da mãe de Luiz certo desconforto na amizade das crianças, não se sabia o porquê, eram somente duas crianças construindo uma amizade, que para elas, seria “eterna”.
O tempo passou, Ana e Luiz agora tinham 17 anos cada um. Estavam se preparando para a formatura da oitava série. Seria um baile para toda a escola, o melhor de todos. As meninas de vestido longo e os meninos de beca e como já era de se esperar Ana e Luiz foram juntos. Contudo os dois não sabiam que essa festa marcariam suas vidas para sempre. Foi lá em que os dois se sentiram muito além das nuvens branquinhas daquela pracinha que brincavam naquele primeiro encontro. Foi lá que não se sentiam mais dois amigos, mas sim dois apaixonados. O primeiro beijo aconteceu no coreto, quando voltavam para a casa, com a lua forte no fundo iluminando a noite tranquila e fresquinha. Suas vontades eram ficar lá a noite toda, a vida toda. Juntinhos, abraçados e olhando um para o outro. No momento Ana sentiu seu coração palpitar, suas pernas tremerem quando tocavam o rosto suave e macio de seu, agora, enamorado. Quando os olhos fecharam e ele a abraçou, ela sentiu o mais puro e forte sentimento já sentido. Era como se estivesse protegida de tudo e todos, nada a afetaria naquele momento. Já eram duas da manhã voltaram para a casa, Luiz a deixou na porta com mais um beijo e foi para a casa com a mão esquerda no bolso, paletó nas costas segurado pela mão direita e cantarolando. Ana entrou fechou a porta cruzou os braços no peito e ali ficou com os olhos fechados encostada não acreditando no que estava acontecendo.
Um amor sincero, simples e forte tinha aflorado. Uma paixão de anos agora estava lá, sendo vivida. Ana acordou no outro dia com um sorriso largo no rosto, tomando café ao lado dos pais, mais feliz do que nunca, os dois percebendo a felicidade da filha perguntaram como foi o baile e ela conta, inclusive sobre o que aconteceu entre ela e Luiz. Os dois, fascinados com a alegria da garota observavam-na com toda atenção.
Luiz em sua casa, contava aos pais o acontecido, seu pai orgulhoso parabenizou o menino e o apoiou para que persistisse naquilo que queria, enquanto isso a sua mãe não gostou muito, resmungou que aquilo não poderia estar acontecendo e saiu da sala deixando pai e filho conversando sozinhos.
Naquele mesmo dia os dois saíram para ir àquela mesma sorveteria de quando pequenos, tomar o mesmo sorvete de morango e creme que tanto adoravam, só que agora como namorados e muito felizes. Toda tarde em que saíam, Luiz deixava a garota à porta de sua casa e se despedia com um suave beijo deixando gostinho de quero mais; enquanto na janela da casa de Luiz sua mãe observava balançando a cabeça e não admitindo tal cena.
Após mais de dois anos juntos e apaixonados, ambos com 19 anos, Carmem, mãe de Luiz aconselhava o filho a se separar da garota, porque não era sadio o amor dos dois, não podiam ficar juntos, sem mais explicações. Em uma noite chorando aos pés de uma santa que tinha no canto da sala da casa deles, Carmem pedia com toda fé para que os dois se separassem e o amor deles não fosse mais adiante. Luiz não entendia, perguntava a mãe o porquê daquilo, porque ela queria tanto que eles não ficassem juntos, mas ela não falava, dizia apenas que não era sadio. 
Luiz e Ana tinham agora 21 anos, quatro anos de namoro e todas as noites a mãe rezava e pedia a Deus que aquele amor acabasse e eles se separassem. Foi nesse mesmo ano que Carmem descobriu que estava doente, tinha câncer no cérebro, quando contou ao esposo e ao menino entraram todos em desespero, algum tempo depois Carmen teve uma crise foi internada, levaram a mulher para o hospital, todos na sala de espera sentados, aguardando alguém vir lhes dar boa notícia. Ana e Luiz juntos chorando no canto do cômodo, ela o consolando todo tempo. De repente vem uma enfermeira e chama os dois para o leito de sua mãe. Ao entrarem no quarto viram a mulher em um balão de oxigênio, muito fraca, pálida, quase não conseguindo falar. Cada um de um lado da cama segurando suas mãos choravam. A mulher esforçando-se ao máximo para pronunciar algumas palavras disse: 
_ Vocês não podem ficar juntos, são irmãos!
Essas foram às últimas palavras de Carmem, o coração parou. Essa vida não era mais dela. Deixou-os lá, chorando e agora com a revelação mais bombástica já imaginada. Luiz entrou em desespero começou a balançar a mãe, gritando desesperadamente e Ana tentando acalmá-lo puxando para trás. Chamaram às enfermeiras, os médicos, eles tentaram reaviva-la, mas não conseguiram, ela tinha ido embora.
Na sala de espera todos choravam sem saber o que fazer. Ana e Luiz se distanciaram, no enterro cada um no seu canto, sem consolo, apenas um oi, tchau e só. Foram embora e sem saber o que estava acontecendo o pai de Luiz lhe questiona querendo saber o que tinha acontecido entre o casal, mas ele, em luto, responde que nada, só estava cansado e triste e queria ficar sozinho. Naquela noite o garoto não dormiu, chorou por sua mãe e sua namorada, que agora descobrira que era irmã. Passaram uma semana sem se falar. Nem telefonemas, nem sorvetes. Os pais de Ana perguntaram-lhe o que estava acontecendo ela também não respondeu, só disse que estava triste, mas sem detalhes. Após algum tempo sem se falar, Luiz foi até a casa de Ana querendo conversar com ela e decidiram então reunir todos e perguntar se o que a mãe tinha pronunciado no leito de morte era verdade. A revelação feita na sala de jantar da casa de Ana abalou as estruturas de sua família. O pai da garota explicou que realmente havia tido um pequeno relacionamento com a mãe do garoto, mas antes de conhecer sua esposa. Sérgio e Clarice, pai da menina, casaram-se um mês depois de se conhecerem. A diferença entre a idade de Ana e Luiz era, exatamente de um mês. O garoto e o pai foram para casa, decepcionados e sem saber o que fazer. 
Ana foi embora da cidade, morar no exterior, estudar, trabalhar e tentar construir uma família, Luiz, um ano depois, também foi embora. Quatro anos sem se verem. Todo dia Luiz se lembrava da linda garotinha que tinha conhecido no parquinho e ela do galante e simpático boleiro do campinho. O garoto ainda era apaixonada por ela e tinha a impressão de ver Ana todo dia de manhã no café onde fazia sua primeira refeição do dia, mas achava ser alucinação por não conseguir esquecer a menina, contudo ficava pensando quem era aquela mulher que toda manhã estava na mesma mesa tomando um cappuccino e olhando pela janela e tão parecida com sua amada, foi então que um dia resolveu ir até a mesa conversar e teve a surpresa mais espetacular de sua vida, realmente era Ana. Seu amor impossível. O susto dos dois foi muito grande, tanto tempo longe e morando no mesmo lugar e novamente, mesmo bairro. Cumprimentaram-se, conversaram e todo dia se encontravam no mesmo lugar. No fim do ano foram para a casa, juntos, para visitar os pais e com eles passar o Natal, porém Luiz, querendo confirmar aquilo que a mãe disse para ele há tantos anos, convidou Ana para fazer um exame de DNA e então ter certeza que realmente eram irmãos, só ele sabia o que sentia por ela e aquele sentimento era forte demais. O exame foi feito e o resultado jogado em cima da mesa e outra surpresa ainda maior, eles não eram irmãos. Carmem foi embora, mas sem saber da verdade imaginando que o filho, era sim, de outro pai. A felicidade foi tão grande que na mesma hora os dois apaixonados abraçaram e se beijaram chorando. Luiz ergueu sua amada dizendo que a amava e queria passar o resto da vida ao seu lado, pedindo-a em casamento e ela aceitando sem nem pestanejar. A família festejou muito pelo resultado e a confirmação do que o pai de Ana já tinha quase certeza.
Os dois se casaram, voltaram para o exterior e lá continuaram, tiveram filhos, trabalharam, foram felizes ano, cada mês, cada dia, cada hora, minuto, segundo, incessantemente. Luiz e Ana faleceram com 85 anos. Deitados sobre a cama abraçados e com um suave sorriso no rosto, dando a certeza do amor eterno que, muitos não acreditam, e que realmente existiu entre os dois.
Ana e Luiz, amores amantes e apaixonados. Separados por uma dúvida ou uma mentira e juntos novamente pelo destino ou por um amor divino, feito por Deus.
Através dessa história gostaria de dizer aos casais apaixonados que acreditassem no amor, que não fossem tão insanos na hora de culpar um ao outro ou duvidar de situações que nem existiram. Pensem bem antes de julgar algo, não queiram ver pelos olhos dos outros e sim pelos próprios. Ninguém sabe melhor a verdade que o nosso coração. Acreditem no amor verdadeiro e eterno, ele existe, não só na imaginação, nem mesmo nas histórias e filmes românticos, mas sim na vida e no coração de cada um, só temos que acreditar. Aos solteiros, acreditem cada um tem alguém, ninguém é só. Assim como Deus fez Adão e Eva e fez um casal de cada animal você também tem o seu, basta esperar o tempo certo para as coisas acontecerem.

Por Universo das Palavras




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