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sábado, 17 de dezembro de 2011

Verdades

Meus rascunhos são simples, às vezes sem sentido, mas expressam aquilo que sinto em todos os momentos. Minha boca é calada não pronuncia meus sentimentos, que só saem quando estou com a caneta na mão. Sinto falta de poder falar aquilo que gostaria, mas não consigo, o vento que vem do leste sussurra no meu ouvido, me impedindo de pronunciar. Talvez seja a insegurança que me afligi e o medo a ampara. Minhas palavras têm poder, atingem aquilo que miro. O alvo vermelho às vezes gélido que busco enfervecer ao escrevê-las. Se fosse possível, tiraria do papel e fazia com que as mesmas voassem como o vento faz com as folhas das árvores, sem preconceito, sem preocupação... Minha arma? Junção de letras. Um desejo? Expressá-las.

Por Mariane N. Souza

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Estrela cadente

Onde estão meus desejos?
Se foram...
Te deixaram pela estrela candente!

Por Mariane N. Souza

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

E o ano passou, expectativas em vão

O ano passou cheio de intrigas e com sorrisos de afliação.
A ansiedade me corroeu e então cigarros acendi. 
Muitos mudaram seus estilos e cortes de cabelo, mas será que seu interior também se transformou? 
Aprendi ver situações simples tornarem-se gloriosas.
Choros foram diferentes e sorrisos mais largos. 
Amizades distantes retornaram. 
Na mesa do bar, copo cheio e conversas ligeiras mudando de um assunto ao outro rapidamente.
Pensamento ao vento, deixo levar.
Mas quero ter algo que realmente, me faça sonhar.

Por Bárbara Lima

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Libertação

Gostaria de saber voar
Para ir em busca da liberdade
Pelo infinito céu azul


Mariane N. Souza

Sedução

O sabor do desejo
Está no brilho do seus olhos
E no gosto do seu beijo


Por Mariane N. Souza

domingo, 11 de dezembro de 2011

Desespero...

No vale sombrio da mente vazia
O coração é gelado
E os olhos de vidro transparecem a alma sofrida
De um ser decepcionado
Por Mariane N. Souza

Palavras da alma

Nos versos de um poeta
Quem escreve é o coração
Com tinteiro de carinho
E uma gota de emoção

Por Mariane N. Souza

Procuro...

Procuro nos lábios mais simples a doçura de um beijo eterno.
Procuro nos braços mais simples o afago de um abraço sincero.
Procuro na mão mais simples um carinho suave.
Procuro no rosto mais simples, um sorriso de satisfação.
Procuro no momento mais simples te fazer imensamente feliz.

Por Mariane N. Souza


sábado, 10 de dezembro de 2011

Cinco dias sem alma

Os mais velhos dizem que sair nas noites de lua cheia durante a quaresma é o mesmo que cutucar o "coisa ruim" com vara curta.
Meu vô conta que um senhor, conhecido da família, era muito teimoso. Um dia era mais de meia noite e esse homem queria ir embora à cavalo e sozinho, mesmo sabendo de histórias terríveis que aconteciam nas estradas lá por perto. Era conhecido por sua coragem. Então pegou seu cavalo, despediu-se e saiu acenando. A mais ou menos 2 km depois de galopar, o cavalo parou e não quis mais andar. O senhor bravo, batia em seu pangaré, mas ele não ia para frente. O homem, então, desceu de e resolveu puxá-lo pelas rédias, mas o animal não ia, relinchava, se esquivava e não ia. Sem saber o que fazer, o homem resolveu montar no cavalo e tentar novamente. Ao subir sentiu algo tocar em suas costas, o corajoso, agora não conseguia virar seu rosto para trás, como se tivesse congelado e não conseguisse olhar, de tanto medo. A brisa, agora se transformara em um vento forte, que levantava a areia gelada, ao longe ouvia-se uivos, e aquilo, ainda estava agarrado em suas costas, na garupa. O cavalo começou a pular e relinchar, fazendo com que o homem caísse, ficando com o pé enroscado no arreio, era como se algo estivesse em cima do cavalo, batendo nele. Em disparada, o animal que não saía do lugar começou a correr arrastando o homem pendurado. De repente o cavalo cai, como se tivessem puxado o cavalo pelo rabo e então os uivos e o vento forte param. O homem totalmente paralisado, desenrosca o pé do estribo, arruma o arreio sobe novamente e o cavalo, assustado volta para casa do meu avô. Isso era mais ou menos duas horas da manhã quando ele chegara todo sujo, com os olhos arregalados, sem dizer uma palavra, as roupas estavam que era só trapo e o cavalo muito assustado, qualquer barulho que ouvia era motivo para  relinchar. Aquele homem ficou cinco dias e cinco sem falar, sem comer, sem dormir. A única coisa que fazia era ficar olhando no vazio, como se não tivesse alma, apenas um corpo vazio sentado. Passado-se esses cinco dias, voltou a ter consciência e então contar o que havia acontecido.
Vizinhos dizem que era possível ouvir o cavalo relinchar de muito longe, nessa noite, e que um assobio muito forte, com uma voz bem fina invadia a cabeça de quem ouvia, mesmo de longe. Até hoje, não foi possível descobrir o que tinha feito aquilo, a única coisa que fizeram, foi não brincar com a sorte e não abusar da quaresma, nem noites de lua clara.

Por Mariane N. Souza


sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Mata do Sumiço

Onde meus avós moram existe um lugar com muitas árvores de todos os tipos, com animais diversos, inclusive cobras... Local conhecido por suas histórias assombrosas. Meu tio conta que, certa vez, pegou um cavalo para ir à casa da namorada. Era uma noite com lua clara, verão, em torno de 21:00, então arreou o cavalo pegou o chicote e adentrou o mato. A estrada que passa por ele é muito fechada, não há visão para nenhum lado, apenas para frente e atrás é como se o mato se fechasse e não tivesse como ver nada, apenas o que tivesse diante dos olhos. Ao entrar naquela imensidão de árvores foi como se seu "sentido" tivesse sumido ele não viu mais nada, quando percebeu estava novamente no mesmo pasto, pegando o cavalo e arreando para então ia à casa dela. Ele fala que mesmo com calor a hora que se viu no pasto novamente sentiu frio e um arrepio muito grande na espinha, ficando tonto na hora. Até hoje, nos diz que a sensação era a pior possível. Ao contar é visível no rosto dele o medo que sentiu aquela noite, quando fala do arrepio e o frio, a testa frange e é como se ele sentisse novamente o que aconteceu. Meu tio prometeu a si mesmo, nunca mais passar por aquele lugar sozinho e muito menos durante a noite.
Por Mariane N. Souza



Essa é uma das histórias que esse lugar reserva, além de várias outras que fazem parte da minha infância, se gostou dela, continue lendo, pois será uma série com muitas histórias.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Caminho sem fim

Caminhando procuro respostas aos meus problemas, busco significado para a vida. Quando penso que resolvi o que era necessário e posso continuar caminhando calmamente, vejo mais uma barreira que me cerca e me faz estagnar. 
Caminhar, caminhar, caminhar... E voltar ao início daquilo que já concluí. É como se a calmaria se tornasse um vendaval, desabando sobre minha cabeça o “teto dos desabrigados”, deixando-me sem rumo, sem sentido. Sinto-me como um gato dentro de um canil. Busco nos livros, nos sonhos, no dia a dia, as respostas, as soluções, mas não adianta, é como se fosse um caminho sem solução, uma vida perdida, em um mar de possibilidade. Um companheiro? O marasmo. Entretanto no fundo, bem lá no fundo, vejo uma luz e a saída para minha alma, então continuo remando, andando e procurando saciar minha "sede" com a água da salvação.

Por Mariane N. Souza

domingo, 4 de dezembro de 2011

Verdade sobre o céu?
É místico, infinito e dono
Da mais perfeita beleza do universo.

Por Mariane N. Souza

sábado, 3 de dezembro de 2011

O vento trás lembranças
Que a mente esconde
Nos momentos de agonia
Por Mariane N. Souza



15 - "Quinze"

Os anos passam, os momentos acabam e tudo parece ser incompreensível. Essa é a idade dos sonhos perdidos. 
Pedro, um garoto de 15 anos precisou sofrer um terrível acidente para conseguir entender o que é a vida. 
_ Não Pedro, não vá. Não faça isso, você tem apenas 15 anos. Não teime Pedro, não vá! 
_ Ah! Mãe me deixa você não manda em mim. Meu pai me deu de presente. Vamos galera! 
_ Uhuuu! Vruummm... 
_ Pedro cuidado. A luz. Cuidado. Socorro. Screeech iééé! Craaash! 
_ Iôn iôn iôn... Afastem-se, afastem-se, deixem-nos passar! 
_ Piiip Piiip Piiip... Como ele está doutor? Está bem, não corre mais risco de vida, mas terá graves sequelas! 
_ Sequelas doutor, meu Pedrinho, o que acontecerá com ele? 
_ Sim dona Sônia, seu filho não poderá mais andar. Perderá o movimento das duas pernas. 
_ Não, não pode ser verdade! 
Pedro era filho único, um garoto sem valores e escrúpulos, que sempre teve tudo na vida e não soube aproveitar. Quando pequeno um amor de criança, aos 5 anos os pais se separaram. A partir de então Pedro não era mais o mesmo. Na escola não tinha incentivo, os professores o chamavam de mimado e diziam que o menino não tinha mais jeito. Com 09 anos começou a sair com garotos “barra pesada”, roubavam para brincar, Pedro influenciado por seus amigos começou a fazer o mesmo. O pai, senhor Valter, não se importava com o garoto, a mãe dava tudo que tinha para satisfazer a falta que o pai fazia na vida do menino. 
Aos 12 anos, Pedro foi flagrado junto aos outros amigos, tentando roubar uma loja. A mãe do garoto, mesmo muito decepcionada foi até a delegacia buscá-lo. Em casa perguntou-lhe o porquê daquilo. 
_ Por que você fez isso Pedro? Eu já não te dou tudo que você quer, por que roubar? 
_ Eu sei mãe, desculpa, mas eu achei que era legal, pensei que não fosse acontecer nada. Desculpa! 
_ Tudo bem Pedro, mas, por favor, não faça mais isso. Eu te amo tanto e não quero um filho marginal. Venha aqui. 
Deitado no colo da mãe o garoto dormiu como um anjo, fazendo com que ela aceitasse o acontecido e acreditasse que aquilo jamais aconteceria novamente, porém não foi como ela imaginava. 
Toda noite Pedro chegava de madrugada, irritado, sem dar explicação de nada; enquanto a mãe ficava sentada no sofá esperando seu menininho chegar. Dona Sônia não sabia mais o que fazer para conseguir fazer Pedro parar com as coisas erradas que estava fazendo. A mulher havia buscado o garoto na delegacia mais de três vezes por bebidas e tentativas de roubo. 
Quando Pedro fez 15 anos o pai, irresponsável deu-lhe um carro velho para “brincar” como disse o homem quando lhe deu o presente. No mesmo dia o garoto pegou o carro, mesmo com a mãe insistindo para não ir e saiu com os amigos. Naquela noite Sônia sabia que algo de ruim iria acontecer, seu filho era irresponsável demais para dirigir. Ficou rezando até adormecer, pedindo proteção ao garoto, contudo, na madrugada do mesmo dia, o telefone de Sônia toca. 
_ Triiiimm, triiimm... 
_ Alô! 
_ Dona Sônia? 
_ Sim sou eu, pois não! 
_ Dona Sônia a senhora pode comparecer ao hospital central, por favor? 
_ O que aconteceu, é o Pedro, aconteceu algo com ele? O que aconteceu moça? Ele está bem? É o Pedro, responde, por favor! 
_ Sim, mas fique calma, seu filho sofreu um acidente de carro, mas não corre risco de vida. Venha até o hospital, obrigada! 
Sônia desligou o telefone, trocou de roupa o mais rápido possível. Desesperada foi até o hospital onde estava seu filho, deitado em uma cama cheio de aparelhos e com o corpo completamente machucado. 
Pedro havia batido defronte a uma carreta carregada com toras, além da batida forte as toras de cima da carreta caíram sobre o carro amassando-o, deixando todos os amigos de Pedro em óbito e ele em coma. 
A mãe chorou a noite toda ao lado da cama onde o filho estava, se perguntando o que tinha feito de errado para que o menino, tão jovem, se tornasse aquilo que se tornara. 
Passado se três dias em coma Pedro abriu os olhos, perguntando o que tinha acontecido e onde estava. A mãe, como sempre ao seu lado respondeu contando o que acontecera. Pedro começou a chorar e se lamentar pelo fato e pelo que fizera. Pediu e implorou desculpas a sua mãe, a qual chorando abraçada a ele o perdoou como sempre fazia. 
_ Mãe, não estou sentindo minhas pernas, por quê? O que está acontecendo, minhas pernas. 
Pedro começa a chorar questionando o que estava acontecendo, o médico ao lado do garoto pede para ele ficar calmo e lhe explica: 
_ Pedro devido à forte pancada durante o acidente, você não poderá mais andar, em consequência de fraturas nas vértebras rompendo a medula. Para você voltar a mexer as pernas terá que acontecer um milagre. Sinto muito Pedro, mas não há o que fazer. 
O garoto muito nervoso, já com a morte dos seus amigos, entra em prantos, dizendo que preferia ter morrido junto com seus colegas do que ter ficado vivo sem poder andar. Sua mãe senta a beira da cama com a cabeça do garoto em seu colo e o consola, fazendo-o adormecer. 
Uma semana depois, o menino foi liberado pelos médicos, voltando para casa em uma cadeira de rodas. 
Pedro se tornou um garoto triste, desanimado que não fazia nada, ia para a escola apenas porque sua mãe mandava e como ele sabia que já tinha causado muito problemas e a feito sofrer demais, fazia o que ela pedia. Seu dia se resumia em comer, dormir, TV e escola. 
Sônia começara a trabalhar em um centro de reabilitação para pessoas que haviam adquirido deficiências depois do nascimento em consequências de acidentes ou outro tipo de fator, menos o genético. O trabalho estava ajudando-a estimular o seu filho, a entendê-lo e a incentivá-lo. O que estava sendo muito difícil. 
Certo dia de tanto Sônia insistir Pedro acompanhou-a até a clínica passando por diversos setores. 
_ Essa é a sala das pessoas que têm paralisia cerebral, Pedro. Aqui eles fazem exercícios, ouvem música, estudam, pintam, fazem todo e qualquer tipo de atividade recreativa que estimulam a melhora. 
Sônia mostrou toda a clínica para seu filho, esperando que o menino se sentisse motivado pelo que estava vendo, porém nada fazia com que Pedro sentisse vontade de melhorar. 
_ Filho essa sala são de crianças que sofreram acidentes assim como você. Alguns são tetraplégicos, paraplégicos, alguns perderam outros sentidos... Aqui eles praticam esportes, conversam, trocam ideias. 
Pedro olha aquelas crianças, assim como ele, em cadeiras de rodas, outras deitadas em uma cama sem movimentar nenhum dedo, apenas os olhos, aquilo o comove. 
Ao irem embora o garoto comenta com sua mãe que gostaria de ajudar aquelas crianças, mas que não podia porque agora era inválido. Chorando falou que não tinha mais o que fazer, que para ele não existia mais vida. 
_ Eu não sirvo para mais nada mãe, não posso andar, não posso fazer mais nada. Tudo que tive um dia joguei no lixo. Sou um inconsequente que nunca se preocupou com nada, além de um assassino, sou também um inválido. Sinto muito mãe, muito mesmo, me desculpe por tudo que fiz, eu não queria ser assim! 
Sônia ouviu tudo com atenção e não disse nada, deixou o menino refletir a noite toda. 
Na manhã seguinte, Pedro acordou tomou banho colocou sua guitarra sobre a perna e foi para a cozinha tomar café. Sônia achou estranho o menino, depois de tanto tempo, acordar cedo e aparecer na cozinha para tomar café tomado banho e com a guitarra em mãos. Há tempos ela não o via tão animado. 
_ Mãe eu pensei muito e sei o que posso fazer para ajudar aquelas crianças. Vou dar aulas de guitarra, ensiná-las a tocar. Quero trabalhar como voluntário! 
Sônia com os olhos cheios de lágrimas levou o garoto até a clínica e explicou ao diretor o que seu filho queria fazer. 
_ Claro Pedro, você pode trabalhar conosco, será uma honra tê-lo dentre nossos funcionários. 
Há 7 anos Pedro trabalhou na clínica como professor de música, formando 14 turmas. 
Com 25 anos se casou com uma das funcionárias, se tornando o dono da, agora chamada, Clínica Esperança de Sônia, em homenagem a mãe que falecera há um ano, em consequência, de uma parada respiratória. 
Pedro agora se tornou o pai Pedro, esposo Pedro e empresário Pedro. Aquele garoto inconsequente de antes morreu junto com seus amigos, no dia do acidente. 
Na inauguração da nova clínica, Pedro homenageou a mãe agradecendo tudo que ela fez por ele. 
_ Hoje, inauguro essa clínica com o nome Esperança de Sônia em homenagem a minha mãe, aquela que me fez ser o que sou hoje, aquela que mesmo sofrendo com meus erros nunca perdeu a esperança de me fazer tornar alguém melhor, mesmo depois de tudo que aconteceu e que eu a fiz passar ela conseguiu alcançar seu objetivo. Transformar-me em alguém bom, com escrúpulos, responsável e consciente
Mesmo com a voz embargada, o garoto continua:
_Então agradeço muito a tudo que ela fez para mim. Não importa onde você esteja mãe, eu a amo muito e sempre serei grato por tudo que você fez, mesmo estando sozinha, conseguiu aguentar tudo e ser “A Minha Mãe”. 
Todos com os olhos cheios de lágrimas aplaudem em pé, o garoto paraplégico que começou a viver depois de “perder a vida”.
Por Mariane N. Souza

Apresentado na aula de Literatura Infanto Juvenil



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