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sábado, 15 de novembro de 2014

Era uma vez um "Lar"

Era um espaço, visto como um depósito de idosos, onde todos que por lá passavam olhavam com pena daqueles que lá moravam, mas ao chegar à esquina posterior ao local já esqueciam tudo que viram por cima do muro alto e voltavam às suas casas e ao cerne de suas famílias. 
Mesmo com tanta pena, ninguém entrava para dizer bom dia, muito menos para oferecer ajuda, só pensavam como deveria viver naquele lugar de silêncio, esperando o último dia. 
Porém, aqueles que adentraram contam sobre a leveza que sentiram no ar, falam do canto dos passarinhos que adornavam a “compacta” pracinha centrada muro adentro, com uma gigante árvore que ornamentava seu espaço interno. Seus galhos eram tão grandes que quase chegavam às pequenas casas dividas entre duas pessoas, compostas por dois quartos, cozinha e banheiro. As rampas davam a firmeza que os pés e pernas necessitavam para que se mantivessem em pé, os corrimãos sentiam o esforço que as cuidadosas mãos faziam para passar por eles todas as manhãs, tardes e noites.
Visitantes ainda contam, sobre algumas das muitas histórias que se podia conhecer lá dentro. Havia aqueles que de cara fechada e outros que acolhiam com o sorriso. Nas janelas os olhinhos que esperavam uma visita, mas não de qualquer um, mas daquele que tinham o mesmo sangue pulsando no coração.
Cada porta contava uma história, todas elas que faziam o coração palpitar. Cada experiência uma lágrima de quem escutava com atenção, mas em todas as histórias, todas as conversas, os visitantes contam que a tristeza era escondida atrás do sorriso carente que esperava mais uma visita. Quem adentrava era acolhido com clamor, sabedoria e fraternidade. Aquele que os abraçavam sentiam seu corpo arrepiar e o abraço estendia-se por segundos, minutos... 

Certa vez ela fora visitar o tal lugar dos muros altos, encantada com tudo que vira adentrou as pequenas casas, em uma delas encontrou duas senhoras, onde viu o branco e o preto, a calma e a ansiedade, o silêncio e o barulho; era o significado da oposição. Aprendeu artesanato e ouviu-as com zelo, mas uma delas cativou-a intensamente, era a mais nova que lá vivia, a atenção era tanto, que quando a abraçou, na garganta veio um nó, que insistiu em ficar. No sorriso largo via-se compaixão, escondida pela comoção e a intensa vontade de chorar. Talvez lembranças tivessem surgido ou era apenas o que o momento lhe proporcionara. A senhora que lhe retribuiu o abraço pediu que ela voltasse.
E era no olhar perdido da mais nova moradora do “cárcere do abandono” que a visitante encontrava o significado da palavra SAUDADE.

Por Universo das Palavras
Fonte: Google Images

domingo, 14 de setembro de 2014

O Pedido

Tic tac, tic tac, tic tac...

Ela olha o relógio e o telefone a cada 30 segundos.

Tic tac, tic tac... trrrrriiiimmmm

O telefone tocou.
   - Alô!
   - Oi, por gentileza, a Raquel?
   - Desculpe meu senhor, mas se equivocou com o número.
   - Tudo bem, obrigado!

Tic tac, tic tac, tic tac...
   - Esse telefone que não toca!
 Dim dom, dim dom
   - Não, campainha agora não! 

Ela abre a porta com rispidez e o semblante ansioso e enfurecido é encoberto por um lindo buquê de rosas vermelhas, escondendo um pedido:
   - Oi, perdi seu número, adorei a noite passada. Sai comigo?

Ela tira o relógio, desliga o telefone, coloca o buquê sobre o sofá, fecha a porta e sai sem lembrar do tempo.
Por Universo das Palavras
Fonte: Google Images

Lençol Branco

A mão leve escorregava pelo corpo macio e sedoso da moça dos lábios vermelhos. Olhares voluptuosos. Cada toque trocado os estremecia. Nas faces ruborizadas o suor deslizava com cuidado. Sobre a cama o lençol branco transparecia a pureza dos dois jovens amantes. Corpos arrepiados e arredios. Aos poucos as bocas se encostam e numa fração de segundos o ambiente transcende desejo. Dois corpos emaranhados sentiam o pulsar forte do coração tentando escapar. Tremores, gritos e euforia. 
Então tudo para e o ambiente se acalma. E lá estão os jovens enamorados encharcados de prazer no seu primeiro deleite, sob o lençol que já não é mais branco.

Por Universo das Palavras
Fonte: Google Images

domingo, 29 de junho de 2014

Som do Poeta

Talvez esse seja o "som do poeta"
Um grunhir qualquer que se ouve ao longe...
As estrelas que "ardem cintilantes" na escuridão...
O vento que entra e bate nas cortinas barulhentas...
As teclas de uma máquina...
O amassar de papeis...
O colocar da caneca sobre a mesa...
Os carros que passam...
O tilintar do sino na madrugada...
Um bêbado que pisa sobre as folhas secas da rua vazia...
A melancólica melodia que se espalha...
O respiro que se sente...
E a lágrima que cai.

Por Universo das Palavras
Fonte: Google Images


Auto Sabotagem

A vida reserva tantas surpresas. Coisas que não sabemos quando, nem onde irão acontecer e quando menos esperamos acontecem.
Conhecemos tantas pessoas, que talvez nunca mais as vejamos, mas que de um jeito ou de outro tocaram nosso coração e ficam guardadas lá no fundo, no nosso inconsciente. É como um livro, hoje nós abrimos e o lemos até o fim, mas talvez amanhã não lembremos mais da história, muito menos do título, entretanto se alguém, algum dia, menciona um parágrafo dele, no mesmo instante o resgatamos e percebemos o quanto nos foi importante. 
É impressionante como somos descrente de nós mesmos, como não acreditamos em nossos sentimentos e não sabemos ouvir o coração. É melhor e mais “fácil as coisas acontecerem da forma mais difícil” do que deixar tudo acontecer no tempo natural delas. Preferimos atropelar o tempo que deixá-lo trabalhar. Tente se lembrar em quantas vezes você pensou: - Poxa, eu sabia que isso ia acontecer! Ou então, eu sempre soube disso! Não é um sinal de que a sua intuição é o trunfo principal na busca pelas respostas?
Então por que é tão difícil esperar que tudo aconteça? Uma pergunta simples de ser respondida: - Porque temos pressa em adiantar o tempo e não sabemos esperar. Paciência é uma virtude, se não tem aprenda cultivá-la. Preste atenção em como tudo que nos surpreende é muito melhor do que quando planejamos esperando demais que aconteça. É uma forma de o tempo nos presentear e bonificar pela paciência que tivemos. Não tem porque nos preocuparmos tanto, com tudo, não há necessidade em tanto estresse, tanto medo, tanta dor, tanto sofrimento... Por que sofrer intensamente se tudo acontece em um piscar de olhos? Às vezes a dor é mentirosa. Palavra chave: “autovitimização”, ou seja, o ato de fazer-se de vítima, na maioria das vezes acontece sem percebermos. É interessante que haja um pouco de introspecção, de autoanálise, olhar seu interior e ver se é isso mesmo que está acontecendo ou é você quem está criando essa agonia, agora, se a dor realmente existe, por que não respirar fundo e pensar que tudo vai dar certo? Por que não olhar para o céu e acreditar que tudo vai se acertar? Não seja auto-sabotador. 
Tudo sempre estará guardado no seu inconsciente, tudo que lhe foi importante um dia, e resolver os problemas, encontrar as soluções, ser feliz... são coisas de extrema importância para nosso bem estar físico, emocional, psíquico e principalmente pra nossa alma, sendo assim da mesma forma que é possível lembrar-se daquela pessoa em que um dia passou por sua vida, relembre do quanto é prazeroso ser surpreendido, de como é gostoso atingir um objetivo e nem perceber como aquilo aconteceu e deixe que o tempo trabalhe por si só, deixe que as coisas aconteçam como tem de acontecer, não destrua sua felicidade, seja perseverante, seja seguro, acredite em si mesmo, afinal você foi o único entre milhões de espermatozoides, a sobreviver e você é o único a fazer a felicidade existir na sua vida. Você é o protagonista da sua existência. Não esqueça: - No final, tudo, sempre, vai dar certo, só aprenda a esperar e acreditar. Como dizia a digníssima Clarice Lispector: “Ela acreditava em anjos e porque acreditava, eles existiam”.

Por Universo das Palavras
Fonte: Google Images



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