De um pássaro que não sabia cantar
Guardo sempre na memória
Seu esforço para assobiar
Bichinho do bico laranja
Que pousa todo dia em minha janela
Mas o talento que esbanja
Sai somente das penas amarelas
A voz do passarinho
Fica presa no ar
Mesmo tentando de devagarzinho
Não consegue cantar
O pescocinho com força estica
Tentando o problema resolver
Mas a voz presa fica
E o pequenininho começa a aborrecer
Todo dia na janela do meu quarto
Tenta me acordar com um assobio,
Mas levanto, deixo-o e parto
E ele sai triste e arredio
Certo dia ele cansado
Desistiu de tentar assobiar
Enquanto voava desanimado
Começou a se lembrar
Enquanto voava desanimado
Começou a se lembrar
Dos ensinamentos da velha coruja
De quando estava aprendendo a decolar
“Não devemos entregar de lambuja”
Aquilo que estamos a sonhar
Relembrando o passarinho se alegra
E volta seu objetivo buscar
O esforço que nunca nega
Fez-se o sonho realizar
Porém sua voz sai apenas
Nas manhãs de vento quentinho
Aonde chega balançando suas penas
Na janela do meu quarto, onde fica seu ninho
Por Mariane N. Souza
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